terça-feira, 26 de março de 2013


Casamento a bordo de avião


A provar que o amor não tem limites e ultrapassa fronteiras, José Santos, de 42 anos, e Eliete Ferreira, de 39, casaram ontem a bordo do avião Infante D. Henrique, um Air Bus A330 da Tap, estacionado na manga 12 do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia.
O momento, visto por muitos como "excêntrico", partiu de um desejo dos noivos que, a 24 de Abril, se conheceram num voo da companhia aérea portuguesa que fazia ligação entre Lisboa e S. Paulo, no Brasil.
Ela, psicoterapeuta brasileira, regressava a casa depois de compromissos profissionais em Portugal. Já ele, empresário, viajava em "negócios". À falta "da companhia habitual do sócio", e enquanto lia "Como mudar a sua vida em 12 semanas", reparou em Eliete, separada "apenas por uma senhora que ia sentada no meio".
Da troca dos "primeiros olhares" até à concretização do sonho de se casarem dentro de um avião passaram-se apenas dez meses. Mal recebeu o "pedido particular", e dado o "acontecimento inédito", a Tap resolveu apadrinhar toda a cerimónia.
Ontem, cumprindo a tradição de que a noiva chega sempre atrasada - embora uma demora relativa de apenas sete minutos, porque o avião que serviu de cenário ao enlace estava "em trânsito" para S. Paulo -, José e Eliete chegaram à gare de mãos dadas. De sorriso estampado, e algum nervosismo, fizeram-se acompanhar por apenas oito convidados. A palavra de ordem era "rapidez", porque a cerimónia "não podia ultrapassar os vinte minutos para não prejudicar o voo".
Todavia, ainda junto à porta de embarque, o noivo teve de tirar o cinto que insistia fazer tocar o detector de metais. Eliete, num elegante vestido champanhe e bouquet amarelo, sorria.
Na aeronave, ao som da marcha nupcial, esperava-os a conservadora do Registo Civil da Maia, Cidália Silva, que, quando foi confrontada com a situação de ter de realizar um casamento dentro de um avião, achou que "os noivos estavam a brincar". "Já fiz casamentos em diversos locais, mas nada comparável a este", confessou ao JN.
Sentados na classe executiva, deram o sim e trocaram alianças perante um grupo de hospedeiras e comissários absolutamente rendidos ao acontecimento extraordinário. António Afonso, chefe de cabine, enalteceu o "facto de não haver memória de um casamento assim". Já a madrinha, Patrícia Assunção, emocionada, valorizou a "ideia muito louca" de José e Eliete. Desabafando, entre risos "Queria um igual assim para mim".
No final da cerimônia, e depois de um banho de pétalas de rosas e arroz na manga do avião, os noivos revelaram "estar muito emocionados, com uma sensação muito boa, porque afinal foi num avião que tudo começou".
À conta do casal "fixar residência no Brasil e em Portugal", certo é que "haverá com toda a certeza mais viagens de avião"entre os dois destinos. A próxima é para a lua-de-mel, embora o destino seja "secreto".
 
 


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